Sumaríssimo para a falta de critério
O golo de Jorginho em Alvalade produziu uma explosão tremenda, um estrondo azul e branco que deixou os adeptos do F.C. Porto perto da euforia, ensurdeceu todos os outros e produziu vibrações capazes de resgatar a Comissão Disciplinar da Liga ao período de hibernação que parecia atravessar. Pois então muito bom dia, senhores comissários!
O Dragão espalhou fogo e reforçou a candidatura ao título. Com justiça, sem mácula, eliminando todo e qualquer foco de discórdia. Apesar disso, ainda existe quem não queira render-se às evidências e prefira tentar esbater um feito tão grandioso como o de sábado passado. Tudo bem. Têm que justificar a escolha.
A Comissão Disciplinar da Liga, mais uma vez, decidiu instaurar um processo sumaríssimo a um atleta do F.C. Porto no seguimento da última jornada. Para maquilhar a falta de critério, cuidou de aplicar a mesma medida a um do Marítimo, tentando vender uma imagem distorcida de imparcialidade. O F.C. Porto, face à ausência de critério uniforme da Comissão Disciplinar da Liga, não irá recorrer.
Imparcialidade é, por definição, neutralidade. Neutralidade absoluta e objectiva. Ora, a Comissão Disciplinar da Liga é tudo menos imparcial. Se o fosse efectivamente, não assobiaria para o lado quando os lances passíveis de sanção acontecem noutros tons que não os azuis e brancos. Se zelasse única e exclusivamente pela justa aplicação das leis, não se deixaria adormecer durante largos períodos, nem abriria os olhos quase em exclusivo para o mesmo emblema.
O mais provável é que os senhores da Comissão Disciplinar da Liga dispensem mais tempo aos desafios da RTP Memória do que aos actuais. Nesses tempos é que havia justiça! Agora só há agressões. E todas azuis e brancas. As do Benfica, claro, não podem avaliar pela TV, por impossibilidade física, pois talvez assistam aos jogos nos camarotes da Luz.
Talvez estejamos a viver o enredo rebuscado de um filme de suspense. Se calhar andamos todos a dormir e eles são os únicos despertos. Talvez até a agressão de Petit a Targino, que apenas mereceu um jogo de castigo, a calcadela do mesmo atleta a Fábio Felício e a patada de Leo a McCarthy não passem de um delírio. De facto, andamos todos a sonhar. Com uma justiça desportiva competente e rigorosa. Esta é um pesadelo.
Os portistas, porém, não se espantam com o desatino constante e têm opinião própria. A falta de critério da Comissão Disciplinar da Liga justifica um processo sumaríssimo, um julgamento célere e um veredicto taxativo: o degredo perpétuo da sua intervenção nas instâncias desportivas.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home