Mourinho satisfeito com a qualificação da Selecção Nacional
José Mourinho manifestou-se hoje satisfeito pela qualificação de Portugal para as meias-finais do Mundial’2006, ao bater a Inglaterra nas grandes penalidades, mas considerou que não era necessário tanto sofrimento. “Estou contente, como todos. Portugal jogou demasiado tempo contra 10, podia ter jogado melhor e poupar o sofrimento, mas Portugal acabou por ganhar e é isso que fica para a história”, afirmou Mourinho à cadeia de televisão SIC, após a dramática vitória por 3-1, depois de um empate a zero no prolongamento. O técnico do Chelsea considerou como momento chave do encontro a primeira grande penalidade falhada por Frank Lampard, seu jogador nos campeões ingleses. “Quando a equipa adversária escolhe o seu melhor marcador de penáltis para marcar o primeiro e o guarda-redes defende uma grande penalidade de quem ninguém tinha defendido uma nos últimos dois anos, é uma dose de confiança exagerada e ao mesmo tempo é um pontapé na autoconfiança que os ingleses têm”, explicou Mourinho. O técnico português sublinhou que “imediatamente após o remate do Lampard, vê-se o Steven Gerrard a olhar para o céu, com a cabeça entre as mãos, e possivelmente a dizer ‘se o nosso melhor marcador falhou, já fomos, não temos hipóteses’. É um momento marcante, não só (Ricardo) ter defendido, mas tê-lo feito ao melhor marcador inglês”. Sobre o guarda-redes português, que foi decisivo, ao defender três grandes penalidades, José Mourinho deu mérito ao seleccionador português, Luiz Felipe Scolari, por ter apostado nele quando era criticado por toda a imprensa, adeptos e responsáveis do Sporting. “O que faz do Ricardo um melhor guarda-redes na selecção do que no clube é a empatia que existe entre ele e o treinador. Ele teve fora da baliza do Sporting, foi imensamente criticado, confesso que não é o meu guarda-redes preferido, mas o Scolari apostou nele, nunca pôs em causa se ele iria ser o guarda-redes da selecção e isso é uma dose de confiança incontrolável”, opinou o treinador bicampeão inglês. Antes de comentar o facto de Portugal não se ter superiorizado à Inglaterra quando estava a jogar contra 10, Mourinho acrescentou que assim “Ricardo sente-se tranquilo, motivado e contente e, provavelmente, terá alguma tendência para as grandes penalidades”. “Acho que fundamentalmente houve demasiada precipitação. Quando uma equipa tem jogadores a mais, os espaços criam-se com naturalidade e em função de um controlo de posse de bola, às vezes deve-se exagerar na posse de bola, e os espaços surgem”, explicou. Mourinho exemplificou: “Imediatamente após a Inglaterra ficar dom 10 jogadores, viu-se o Petit a rematar de 30 metros, o Maniche a rematar de 25 metros, o Cristiano Ronaldo a agarrar na bola, a driblar e a rematar de imediato. Tem que se fazer exactamente o contrário, temos que jogar com os jogadores abertos e aumentar a distância entre as linhas”. “Podiam ter feito melhor. Mas é uma carga emocional muito grande, só quem está lá dentro é que sabe. Muitas vezes as emoções sobrepõem-se à razão e ao conhecimento e posicionamento táctico. Não é fácil. A Inglaterra, quando ficou a jogar com 10, juntou duas linhas de quatro (4+4+1), e sob o ponto de vista defensivo não é muito diferente”.
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